SSS - O Santo Sábado do Senhor

Ataques ao sábado

O dia de repouso não é mais o sétimo dia da semana? Agora é o primeiro? Como assim?

Que a paz esteja com você!

Há quem diga que o dia de repouso e adoração a Deus é o primeiro da semana, mas sabemos que antes era o sétimo. Por que isso foi mudado? Deus é perfeito, e tudo que Ele faz também, inclusive Sua lei. Se a lei de Deus é perfeita, por que mudar? Os defensores do primeiro dia da semana apresentam alguns argumentos e trechos da Bíblia que supostamente provam que o dia de adoração a Deus passou do sétimo para o primeiro da semana, dia em que Jesus ressuscitou. Analisemos, então, tais argumentos e trechos, e veremos se realmente a Bíblia apóia essa mudança. Mas antes, vamos pedir sabedoria a Deus, que para todos a concede liberalmente. Só assim poderemos saber o que é verdade e o que é mentira. Que o Espírito Santo nos ilumine. Amém.

Antes de começar, eu recomendo que, em todas as situações, ninguém leia na Bíblia versículos isolados. Procurem ler todo o capítulo ou o quanto for necessário para entender o contexto em que cada versículo está inserido. Assim poderemos entender verdadeiramente o que ele significa. Talvez seja necessário até procurar outros livros das Sagradas Escrituras que tratem do mesmo assunto de um versículo em questão.

A ressurreição de Jesus

Bom, vamos começar então. Um argumento muito usado para defender a guarda do primeiro dia é que foi nesse dia que Jesus, nosso Senhor, ressuscitou. Sim, Cristo ressuscitou! Aleluia! E isso aconteceu no primeiro dia da semana. Mas isso não é motivo para mudar o dia de descanso. Por que se deve guardar o sábado? "Por que em seis dias fez o Senhor o céu, a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia, descansou. Por isso Deus abençoou e santificou o dia de sábado" (Êxodo 20:11). O fundamento desse mandamento está no exemplo do próprio Deus, que descansou no sábado. Será então que Jesus descansou no primeiro dia da semana? Não há nenhuma evidência disso. Não há, em nenhum livro do Novo Testamento, palavras que dizem com todas as letras que houve a mudança do sábado para o domingo, que a santidade do sétimo dia foi transferida para o primeiro. Pelo contrário, existem evidências de que o sábado continuou a ser o dia de descanso e adoração a Deus. Além disso, deve-se celebrar a ressurreição em si, e não o dia da semana em que ela ocorreu. Não é preciso mudar o dia do mandamento para se ter um memorial da ressurreição. Mas existe algum memorial da ressurreição? Sim! E ele não precisou passar por cima do sábado!

Qual é o memorial da ressurreição?

Vou direto ao ponto. É o batismo. "Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na Sua morte? Fomos, pois, sepultados com Ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. Porque, se fomos unidos com Ele na semelhança da Sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da Sua ressurreição." (Romanos 6:3-5; Colossenses 2:12). O batismo era feito por imersão. A pessoa que estava sendo batizada era mergulhada nas águas, simbolizando o sepultamento, assim como Jesus foi sepultado, e depois ressurgia das águas, simbolizando a ressurreição, assim como Jesus ressuscitou, para viver uma vida nova. Porém, a mudança da imersão para a aspersão fez com que o batismo deixasse de ser um memorial da ressurreição, dando motivo para a observância do primeiro dia tomar esse lugar.

O sábado não é coisa de judeus

Dizem por aí que a guarda do sábado é uma coisa dos judeus, apenas deles. Mas isso não é verdade. Vamos pegar a Bíblia e olhar em Neemias 9:14: "E o teu santo sábado lhes fizeste conhecer: e preceitos, e estatutos, e lei lhes mandaste pelo ministério de Moisés, teu servo.". Depois do exílio na Babilônia, os filhos de Israel se arrependeram e confessaram seus pecados e de seus pais, fazendo jejum e vestidos com sacos. Eles bendisseram a Deus, dizendo resumidamente as coisas que Ele fez. Lembraram que Ele criou os céus e a terra; que escolheu Abraão e fez uma aliança com ele, dando à sua descendência a terra prometida; que Ele os havia tirado do Egito, e os guiado pelo caminho; que Ele veio pessoalmente ao monte Sinai e lhes deu juízos retos, e leis verdadeiras, estatutos e mandamentos bons; que lhes fizeste conhecer o Seu santo sábado; e vou parar por aí. Preste atenção nessa última coisa que mencionei: Deus fez os filhos de Israel conhecerem Seus sábados. É isso que está na Bíblia e é isso que é verdade. Não está escrito que Deus fez o sábado para eles, mas sim que fez eles conhecerem os Seus sábados. Portanto, o sábado não é uma coisa dos judeus, mas sim de Deus.

Uma antiga profecia

Algumas pessoas dizem que o texto a seguir, extraído do Salmo 118, é uma profecia que predisse o domingo: "A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; isto procede do Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos. Este é o dia que o Senhor fez; regozijemo-nos e alegremo-nos nele.".
Não há nenhuma referência direta ao primeiro dia da semana nesse texto, muito menos de que ele se tornaria o dia de repouso em honra ao Criador. É preciso assumir de antemão que é uma verdade irrefutável o que esse texto supostamente prova. Em outras palavras, é necessário primeiro dizer que realmente o dia de descanso foi mudado, e que esse assunto não está aberto para discussão, e depois apresentar esse texto.

Talvez você já tenha ouvido falar que Jesus é a cabeça da igreja. Pois é a isso que essa passagem da Bíblia se refere: Ele se tornou a pedra principal do templo espiritual formado por Seu povo. E o dia no qual o povo de Deus deve se alegrar não deve ser apenas um por semana. "Estejam sempre alegres." (1 Tessalonicenses 5:16).

"Ninguém, pois, vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa de dias de festa, ou de lua nova, ou de sábados, [...]"

Esse texto, da carta aos colossenses, é usado por alguns para dizer que o sábado não é mais obrigatório, que ninguém deve ser julgado por causa disso. Eu vou dizer algo agora que talvez você ainda não saiba: existiam dois tipos de sábado. Isso mesmo. Sabe quais eram? Eram os sábados DOS HEBREUS e os sábados DO SENHOR. Vamos ver as diferenças entre eles.

Os sábados DOS HEBREUS estavam associados às festas judaicas. Haviam sete desses sábados ao longo do ano: o primeiro e o sétimo dia da Festa dos Pães Ázimos (sem fermento), o dia de Pentecostes, o primeiro dia (lua nova) do sétimo mês, o Dia da Expiação, o primeiro dia da Festa dos Tabernáculos e o dia seguinte ao término dessa festa. Confira em Levítico 23. Nestes sábados, não se devia fazer nenhum trabalho, exceto a própria comida. Além desses, havia também os sábados da terra. Pois é, até a terra precisa de descanso. Todo sétimo ano não se devia arar a terra, mas era permitido trabalhar em outras coisas. Esses eram os sábados DOS HEBREUS.

O sábado DO SENHOR, sétimo dia da semana, foi algo instituído no fim da primeira semana do tempo. "E havendo Deus acabado no dia sétimo a sua obra, que tinha feito, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra, que Deus criara e fizera." (Gênesis 2:2-3). Os sábados DOS HEBREUS só passaram a existir muito tempo depois, já que eles estavam ligados às festas judaicas. O sábado DO SENHOR faz parte dos dez mandamentos de Sua lei moral, que foram escritos pelo Seu próprio dedo. Os sábados DOS HEBREUS não receberam essa honra. Quando Deus se referiu aos sábados DOS HEBREUS, Ele usou expressões como "seus sábados", "vossos sábados" (Levítico 23:32; Oséias 2:11). Já quando Ele se referia aos Seus sábados, Ele disse "Meus sábados", "Meu santo dia" (Êxodo 31:13; Levítico 19:3; Isaías 58:13).

Acho que deu pra perceber a diferença. Sabe onde eu quero chegar com tudo isso? É que os sábados mencionados na carta aos colossenses podem ser os sábados DOS HEBREUS, não os sábados DO SENHOR. Os sábados DOS HEBREUS faziam parte da chamada lei cerimonial, e é essa lei que foi abolida na cruz, e que era uma "sombra dos bens vindouros". É um absurdo dizer que qualquer preceito da lei moral foi abolido, e o sábado DO SENHOR faz parte dessa lei. Mas mesmo se o texto estiver se referindo aos sábados DO SENHOR, não está dizendo que não se deve guardar o sábado, mas que nenhuma pessoa julgue os outros por causa disso. Devemos nos lembrar do que está em Tiago 4:11: "Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um irmão, e julga a seu irmão, fala mal da lei, e julga a lei; ora, se julgas a lei, não és observador da lei, mas juiz.".

O partir do pão

"No primeiro dia da semana, estando nós reunidos com o fim de partir o pão, Paulo, que devia seguir viagem no dia imediato, exortava-os e prolongou o discurso até à meia-noite." (Atos 20:7). Alguns dizem que esse texto prova que a igreja apostólica tinha o costume de se reunir no primeiro dia da semana, celebrando a ceia (o partir do pão), pregando e orando. Mas você acha que este texto deixa isso claro? Não, não deixa. É a única passagem do Novo Testamento que narra uma reunião religiosa ocorrendo no primeiro dia da semana; não se pode afirmar com toda a certeza que isso acontecia toda semana.

Você sabe qual o significado do partir do pão? É um memorial da morte de Jesus, da Sua crucifixão. "E, tomando o pão, e havendo dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim." (Lucas 22:19). "Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do SENHOR, até que Ele venha." (1 Coríntios 11:26). Jesus não determinou um dia específico para celebrar o partir do pão, e acredita-se que a igreja apostólica chegou a celebrá-lo diariamente (dê uma olhada em Atos 2:42-46). Você não acha que se fosse para ser escolhido um dia para manter na memória a morte de Jesus, esse dia não deveria ser a sexta-feira? Foi nesse dia da semana que Ele foi crucificado.

Esse texto foi escrito muitos anos após a ressurreição de Jesus. Você reparou que o autor sagrado não usou nenhum termo que expresse caráter de santidade ao se referir ao domingo? Ele foi chamado apenas de primeiro dia da semana. Lucas, que escreveu o livro "Atos dos Apóstolos", também escreveu um evangelho, e nele também se refere ao dia da ressurreição apenas como primeiro dia da semana. Mas o sábado, sétimo dia da semana, ele chama de sábado segundo o mandamento.

Coleta pública ou particular?

"Ora, quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós também como ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte, em casa, o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que se não façam as coletas quando eu chegar." (1 Coríntios 1:1-2). Mais um texto usado pelos defensores do domingo. O que se afirma é o seguinte: o apóstolo Paulo ordenou aos cristãos de Corinto, bem como os da Galácia, que fosse feita a coleta do que cada pessoa pudesse contribuir para a igreja, no primeiro dia da semana. Logo, eles se reuniam publicamente nesse dia da semana, para adorar a Deus. Mas se a gente prestar atenção no texto, vamos perceber que não se trata de uma coleta pública, e sim particular, em casa. Cada um deveria juntar o que pudesse contribuir, para que quando o apóstolo chegasse já estivesse tudo pronto. Além disso, a tarefa ordenada por Paulo se enquadra mais na categoria de dia de trabalho do que de dia santo. Mais uma coisa: você notou que ele também não usou nenhum título de santidade ao se referir ao primeiro dia da semana?

O dia do Senhor

"Eu fui arrebatado em espírito no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta, [...]" (Apocalipse 1:10). João estava exilado na ilha de Patmos, e escreveu sobre algo que aconteceu em um dia que ele chamou de dia do Senhor. Alguns dizem que a expressão "dia do Senhor" significa o dia do juízo, mas a maioria afirma ser o domingo, inclusive há algumas traduções do livro do Apocalipse que possuem a palavra domingo ao invés de dia do Senhor. Mas na verdade essa expressão se refere ao sábado. João teve uma visão sobre o dia do juízo, mas ele não recebeu essa visão nesse dia, pois ele ainda está no futuro. Quanto ao domingo, como se pode dizer que o "dia do Senhor" escrito por João se refere a esse dia? A expressão "dia do Senhor" não teve seu significado definido nesse livro da Bíblia, então precisamos procurar em outros livros o que ela pode significar. Não há, repito, não há nenhum lugar na Bíblia que nos revele ser o primeiro dia da semana um dia santo, recebendo um título como "dia do Senhor" ou outro que expresse santidade. Ele é chamado apenas de primeiro dia da semana. Como essa instituição do primeiro dia não havia sido definida antes de João escrever o livro do Apocalipse, seria necessário declará-la formalmente nesse livro, caso realmente fosse o plano de Deus mudar o mandamento. Porém isso não aconteceu, e nem faria sentido acontecer, porque o livro do Apocalipse foi escrito muitos anos depois da ressurreição de Jesus, evento [extraordinário] que se afirma ter mudado o dia do mandamento; logo, ficaria estranho mudar o mandamento tanto tempo depois, já que até esse livro ser escrito não foi dada nenhuma ordem a respeito disso. Portanto, não se pode dizer que o "dia do Senhor" que João escreveu é o domingo. Se não é o domingo nem o dia do juízo, que dia é? É o sábado! Que dia Deus separou para si, reivindicando como Seu? É o sábado! Que dia Deus chamou de "Meu sábado", "Meu santo dia"? É o sábado, sétimo dia da semana!

Jesus fez muitas coisas, mas mudar o sábado não foi uma delas

Realmente, não há texto na Bíblia que comprove a mudança do sábado para o domingo. Mas apesar disso, ao invés de reconhecerem que o dia do mandamento não foi mudado, alguns defensores do primeiro dia ainda insistem, e citam João 21:25: "Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez, as quais, se cada uma fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem. Amém.". Eles dizem que o sábado foi mudado, e que isso não foi escrito na Bíblia para que ela não ficasse muito grande. Que absurdo! Trata-se de uma coisa muito importante, pois estamos falando de um dos mandamentos da lei moral de Deus. Como um assunto tão sério ficaria de fora das Sagradas Escrituras? Se não está na Bíblia, precisamos procurar outras fontes. É prudente recorrer a fontes duvidosas para conhecer a vontade de Deus? Não. Mesmo que haja escritos que afirmem a mudança do sábado para o domingo, não devemos acreditar, pois além de não haver textos na Bíblia que comprovem essa mudança, ainda há evidências de que os cristãos guardavam o sábado, mesmo depois da ressurreição de Jesus. Veja essas evidências no artigo Evidências da guarda do sábado no Novo Testamento.

Se alguém afirmar que devemos guardar o domingo, e não o sábado, esse alguém não tem o apoio da Bíblia. Todas as passagens citadas pelos defensores do domingo não provam, de maneira nenhuma, a mudança do dia de descanso instituído por Deus. Em nenhum lugar nas Sagradas Escrituras está declarado claramente que o mandamento do sábado teve uma modificação. Aliás, nenhum dos dez mandamentos foi mudado, e nunca será, porque a lei de Deus é perfeita, e tudo o que é perfeito não precisa mudar, e dura para sempre. O Deus verdadeiro é o criador de todas as coisas: criou as coisas do nosso mundo em seis dias e no sétimo, descansou, abençoando e santificando esse dia. A ressurreição de Seu Filho Unigênito não mudou esse fato. O Deus verdadeiro continua sendo aquele que criou os céus, a terra, o mar e tudo que neles há, em seis dias, e descansou no sétimo, separando-o para uso santo, como memorial de Sua criação. Guardar o sábado significa mostrar que o seu Deus é o Deus criador de tudo, o único Deus que existe. Esse dia é um sinal entre Deus e os Seus fiéis. "E santificai os Meus sábados, e eles servirão de sinal entre mim e entre vós, para que saibais que eu sou o Senhor vosso Deus." (Ezequiel 20:20).

Que Deus abençoe você!

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